Maysa era chata mesmo. Prepotente, infeliz.
Nunca fui fã desses artistas rebeldes sem causa. Sempre achei o Cazuza um otário, mesmo querendo ter escrito cada letra que ele escreveu. Difícil acreditar que um gênio seja tão burro ao ponto de se autodestruir só pelo prazer de ser "do contra". Uma coisa não bate com a outra. É estranho, intrigante.
Maysa sempre esteve longe de ser um Cazuza, mas achava tanto quanto ele que era bonito ser feio, e também se acabou aos poucos, até morrer precoce e irônicamente num acidente de carro.
Agora, há poucos minutos, assisti ao programa "Estudos" na Tv Cultura, em que a "estudada" da vez era a falecida Maysa.
Fiquei surpreso com o que vi! Até hoje, a única referência que tinha da cantora era a linda atriz que a intepretava dando chiliques, virando mesas e bebendo whisky com um classe digna da família Matarazzo (pra quem não sabe, ela foi casada com um Matarazzo). Maysa foi mostrada bebada, mas sempre deslumbrante.
Hoje, finalmente, a "Cultura" me apresentou a Maysa de verdade. Feia, com cabelo estilo Rei Leão, cigarro na boca e fala torta de quem bebeu até a rolha! Hoje, sem nenhum deslumbre, vi Maysa cantar divinamente, com sua voz forte e doce. Ouvi-a dizer que "E só digo o que penso. Só faço o que gosto. E aquilo que creio. Se alguém não quiser entender. E falar, pois que fale. Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe. E se alguém interessa saber. Sou bem feliz assim. Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim".
No final, só fiquei me perguntando: Será?