Desde pequena o mimo lhe estragou. Suas vontades eram atendidas prontamente por seus pais e por todos que a cercavam. Quando não o faziam por amor, o faziam porque eram pagos para isso. E, mesmo quando criança, ela sabia disso.
Uma princesa. Cabelos lisos e naturalmente loiros emolduravam o rosto de expressões firmes e, ao mesmo tempo, delicadas. Os olhos verdes ao alto de um belo corpo e a educação de primeira, compunham o retrato da perfeição. Disso, ela também sabia.
Seu pai, empresário de renome numa pequena cidade do interior, tirou a sorte grande ao investir em um dos ramos mais lucrativos do litoral. A fortuna que já existia aumentou muito, em muito pouco tempo . Ela acompanhou todo o processo de perto.
Para a faculdade, pouca importância. Para o futuro, seguir os passos do pai. Para os negócios, nenhum tato, mas uma presença marcante e um sobrenome forte, mesmo sem o império que o sustentava.
Aos 20 anos, ela já exercia um cargo de alto escalão na empresa do pai. À frente dos negócios, ela comandava uma equipe de mais de 50 profissionais. Todos tratados aos gritos. Agora, mais do que nunca, suas vontades tinham de ser atendidas prontamente. O poder, conscientemente, estava em suas mãos.
Na vida pessoal, não tinha mais de dois ou três amigos, que, segundo ela, deviam ter algum interesse. No amor, seu gênio forte anulou qualquer possibilidade de um relacionamento estável. Ela vivia só, até encontrar um homem que desagravada seus pais. Com esse, casou-se.
Com o passar dos anos, algumas medidas foram necessárias para que sua luz não fosse ofuscada. Lipoaspirações, cirurgias plásticas e veto para qualquer mulher bonita que se candidatasse a um emprego na, agora, sua empresa, foram as primeiras a serem tomadas.
Brilhando, ela não fala com os irmãos e, depois de casada, cada briga com o marido causa um dia de tensão entre seus subordinados. Em suas festas de aniversário, uma meia dúzia de três ou quatro pessoas com interesses explícitos e em seu lindo rosto, um mau humor que a enfeia. Mas em tudo isso, o que importa mesmo é que os negócios vão de vento em popa e que a segunda lua de mel do casamento que, segundo as más línguas, não vai durar muito tempo, será em Paris.
3 comentários:
"Você é tão Paris
Eu sou um Zé qualquer"
capisci?!
Parece eu no meu palácio na zaia andando com minha monarki enferrujada
iauauhauahiuah
Brincadeira, não ando mais com a monarki: está sem pedal =/
Mas falando sério: existe gente assim?
existe...
huahuahuahuahua
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