terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

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Ele acordou, esfregou os olhos e conferiu. Seu quarto permanecia ordenadamente bagunçado. Tudo estaria certo se não fosse por um motivo: era um traidor.
Levantou, andou pelo quarto e pensou nos últimos fatos, nas últimas noites. Ele, que sempre fora bom. T r a i d o r.
A palavra pesava, a cabeça pesava, as acusações se repetiam em sua mente. Ele havia apunhalado pelas costas. Era um monstro. Justo ele, que ontem era bom.
Foi até o banheiro, lavou o rosto. Tentou gritar, desfazer o nó. Alguma coisa estava errada. Tinha sido um mal entendido. Não era verdade. Não.
Quis pedir desculpas, se redimir, desistir. Não, nada daquilo adiantaria. O fato estava consumado.
Pensou um pouco, respirou fundo e concluiu: Seu grande erro foi ter sido bom, algum dia.
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"Não tem ninguém que mereça. Não tem coração que esqueça. Não tem jeito mesmo. Não tem dó no peito. Não tem nem talvez ter feito. O que você me fez desapareça. Cresça e desapareça..."

Um comentário:

Sílvia Mendes disse...

Esse estilo não é comum por aqui, mas eu curti bastante.