sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Infância...

Há alguns dias, eu e os amigos Daniel Viccari e Gustavo Zonta discutíamos pelos bloggers da vida sobre a infância.
Falamos da nossa, com a rua abrindo um novo mundo, cheio de possibilidades e aventuras, e da vivida pelas crianças de hoje, com a tecnologia e todas as facilidades que ela traz. Divergimos opinões, debatemos e chegamos a conclusão de que nós somos muito teimosos pra chegarmos a um denominador comum sem que haja a invensão de uma ciber cerveja. Cada um acha uma coisa e a gente se respeita.
Pois bem, todo esse preâmbulo é pra falar de uma infância que passou longe da nossa discussão, e que, aliás, passa longe da nossa realidade. Estou falando da vida das crianças que habitam Israel, Palestina, Cis Jordânia...
Vocês podem estar pensando: "nossa, agora ele foi longe", mas eu explico:
Ontem à noite, assisti o documentário "Promessas de um novo mundo", que conta a história dos conflitos entre árabes, judeus, muçulmanos, ortodoxos, palestinos e israelenses, narrada por sete crianças de 9 a 13 anos. Cada uma com uma crença, uma história, um povo, um Deus.
Essas crianças vivem os conflitos que só ouvimos falar e que imaginamos serem em outro mundo. E é lá, no meio da guerra civil, que essas crianças crescem prematuramente.
Fiquei chocado. Uma sensação estranha de felicidade por não viver aquilo e impotência (ou comodismo) por não poder fazer nada pra ajudar.
É triste. Triste ver que aos 9 anos, um ser humano discuti política e religião falando em ódio, vingança, morte. Triste saber que essa infância que nós debatemos há dias nunca chegará pra esses pequenos.
O documentário foi dirigido/produzido por B.Z. Goldberg. Americano, criado em Jerusalém, judeu. Fluente em hebráico e árabe, B.Z seduz as crianças a ponto de convencê-las a esquecer seu ódio pelo rival e encará-lo de frente. Conhecê-lo.
Assim, promove encontros entre povos que, a pesar de serem vizinhos, se odeiam históricamente. Com manobras pra burlar barreiras policias, B.Z os proporciona uma tarde de infância que termina num debate político/religioso onde os mini adultos explicam seus ódios, defendem sua gana de vingança e viram amigos. Amigos que nunca mais se viram e que depois de adultos de verdade, foram reentrevistados. Passaram-se muitos anos, o conflito continua e o ódio - abrandado por aquela tarde entre amigos - apareceu rebrotado em meio às declarações de que boa parte daquelas crianças, ainda tirariam uma vida em defesa do seu Deus.

7 comentários:

Sílvia Mendes disse...

Eu vi esse. Muito bem bolado.

Anônimo disse...

É, foi longe. Acho que não existe a mínima condição de nós compararmos a nossa infância com a deles - e sei que essa não foi a tua intenção. Lá, o significado da vida é outro. Enquanto nós, brasileiros sem causa, consideramos um absurdo as guerras e o modo de vida desses povos, eles também devem ficar abismados com a nossa apatia política e lógica consumista. É óbvio que nehuma pessoa, ainda mais uma criança, merece sofrer, mas acho que a maior felicidade deles é poder lutar por aquilo que acreditam, por mais insano que isso nos possa parecer. Concluindo, não sei se são eles que tem mais a aprender conosco ou se somos nós que temos mais a aprender com eles.

Anônimo disse...

É, foi longe. Acho que não existe a mínima condição de nós compararmos a nossa infância com a deles - e sei que essa não foi a tua intenção. Lá, o significado da vida é outro. Enquanto nós, brasileiros sem causa, consideramos um absurdo as guerras e o modo de vida desses povos, eles também devem ficar abismados com a nossa apatia política e lógica consumista. É óbvio que nehuma pessoa, ainda mais uma criança, merece sofrer, mas acho que a maior felicidade deles é poder lutar por aquilo que acreditam, por mais insano que isso nos possa parecer. Concluindo, não sei se são eles que tem mais a aprender conosco ou se somos nós que temos mais a aprender com eles.

Aline Wernke disse...

Infelizmente não temos o direito de olhar aquela cultura com uma olhar somente ocidental. Citando um cena que me chamou atençao na novela nova. Lá as mulheres usam a barriga de fora e as pernas sempre cobertas por calças. Num determinado momento o Caio Blat (nao sei o nome dele na novela)ve uma foto de uma brasileira e se espanta por ela estar de vestido e fica totalmente desnorteado por ela ter as pernas descobertas. E aí eu sempre me pergunto, o que sera que é certo?

Sílvia Mendes disse...

Minha mãe entregou os jornais. Foi você que passou lá em casa para deixar? Ela disse um moço alto e uma mocinha bonita. Imaginei você e Naiza xD
Curti o JPL, principalmente o editorial. Você escreveu?

Parabéns pela concretização da coisa toda, eu to sempre aqui torcendo!! Até porque, quanto mais certo der, mas chance de você me contratar. iuahaiuhaiuha

Abraço!

Sílvia Mendes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

com o jornal não sobra tempo pro blog?

bjo.