Há alguns dias, eu e os amigos Daniel Viccari e Gustavo Zonta discutíamos pelos bloggers da vida sobre a infância.
Falamos da nossa, com a rua abrindo um novo mundo, cheio de possibilidades e aventuras, e da vivida pelas crianças de hoje, com a tecnologia e todas as facilidades que ela traz. Divergimos opinões, debatemos e chegamos a conclusão de que nós somos muito teimosos pra chegarmos a um denominador comum sem que haja a invensão de uma ciber cerveja. Cada um acha uma coisa e a gente se respeita.
Pois bem, todo esse preâmbulo é pra falar de uma infância que passou longe da nossa discussão, e que, aliás, passa longe da nossa realidade. Estou falando da vida das crianças que habitam Israel, Palestina, Cis Jordânia...
Vocês podem estar pensando: "nossa, agora ele foi longe", mas eu explico:
Ontem à noite, assisti o documentário "Promessas de um novo mundo", que conta a história dos conflitos entre árabes, judeus, muçulmanos, ortodoxos, palestinos e israelenses, narrada por sete crianças de 9 a 13 anos. Cada uma com uma crença, uma história, um povo, um Deus.
Essas crianças vivem os conflitos que só ouvimos falar e que imaginamos serem em outro mundo. E é lá, no meio da guerra civil, que essas crianças crescem prematuramente.
Fiquei chocado. Uma sensação estranha de felicidade por não viver aquilo e impotência (ou comodismo) por não poder fazer nada pra ajudar.
É triste. Triste ver que aos 9 anos, um ser humano discuti política e religião falando em ódio, vingança, morte. Triste saber que essa infância que nós debatemos há dias nunca chegará pra esses pequenos.
O documentário foi dirigido/produzido por B.Z. Goldberg. Americano, criado em Jerusalém, judeu. Fluente em hebráico e árabe, B.Z seduz as crianças a ponto de convencê-las a esquecer seu ódio pelo rival e encará-lo de frente. Conhecê-lo.
Assim, promove encontros entre povos que, a pesar de serem vizinhos, se odeiam históricamente. Com manobras pra burlar barreiras policias, B.Z os proporciona uma tarde de infância que termina num debate político/religioso onde os mini adultos explicam seus ódios, defendem sua gana de vingança e viram amigos. Amigos que nunca mais se viram e que depois de adultos de verdade, foram reentrevistados. Passaram-se muitos anos, o conflito continua e o ódio - abrandado por aquela tarde entre amigos - apareceu rebrotado em meio às declarações de que boa parte daquelas crianças, ainda tirariam uma vida em defesa do seu Deus.
7 comentários:
Eu vi esse. Muito bem bolado.
É, foi longe. Acho que não existe a mínima condição de nós compararmos a nossa infância com a deles - e sei que essa não foi a tua intenção. Lá, o significado da vida é outro. Enquanto nós, brasileiros sem causa, consideramos um absurdo as guerras e o modo de vida desses povos, eles também devem ficar abismados com a nossa apatia política e lógica consumista. É óbvio que nehuma pessoa, ainda mais uma criança, merece sofrer, mas acho que a maior felicidade deles é poder lutar por aquilo que acreditam, por mais insano que isso nos possa parecer. Concluindo, não sei se são eles que tem mais a aprender conosco ou se somos nós que temos mais a aprender com eles.
É, foi longe. Acho que não existe a mínima condição de nós compararmos a nossa infância com a deles - e sei que essa não foi a tua intenção. Lá, o significado da vida é outro. Enquanto nós, brasileiros sem causa, consideramos um absurdo as guerras e o modo de vida desses povos, eles também devem ficar abismados com a nossa apatia política e lógica consumista. É óbvio que nehuma pessoa, ainda mais uma criança, merece sofrer, mas acho que a maior felicidade deles é poder lutar por aquilo que acreditam, por mais insano que isso nos possa parecer. Concluindo, não sei se são eles que tem mais a aprender conosco ou se somos nós que temos mais a aprender com eles.
Infelizmente não temos o direito de olhar aquela cultura com uma olhar somente ocidental. Citando um cena que me chamou atençao na novela nova. Lá as mulheres usam a barriga de fora e as pernas sempre cobertas por calças. Num determinado momento o Caio Blat (nao sei o nome dele na novela)ve uma foto de uma brasileira e se espanta por ela estar de vestido e fica totalmente desnorteado por ela ter as pernas descobertas. E aí eu sempre me pergunto, o que sera que é certo?
Minha mãe entregou os jornais. Foi você que passou lá em casa para deixar? Ela disse um moço alto e uma mocinha bonita. Imaginei você e Naiza xD
Curti o JPL, principalmente o editorial. Você escreveu?
Parabéns pela concretização da coisa toda, eu to sempre aqui torcendo!! Até porque, quanto mais certo der, mas chance de você me contratar. iuahaiuhaiuha
Abraço!
com o jornal não sobra tempo pro blog?
bjo.
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