quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pé na estrada...

Foto: eu na Rota 40, Argentina - Jan/2008
Estou passando por um momento de transição. Isso tem me deixado um pouco confuso. Eu resolvi mudar algumas coisas na minha vida e agora estou percebendo o quanto isso dá trabalho. Algumas pessoas dizem que não estou mudando algumas coisas, mas que eu resolvi mudar a vida toda de uma vez. Dizem isso com um espanto que me assusta! Percebo o quanto somos apegados a nossa forma de levar a vida, o quanto dependemos das mesmas companhias, do mesmo ar.
Pois é, eu resolvi sair um pouco do convencional e apostei na idéia de que largar tudo em busca de novas experiências será engrandecedor. Vou trocar de país, vou viver um tempo indeterminado do outro lado do oceano. Vou para um lugar que não conheço, morar com pessoas que nunca vi e que falam uma língua que eu não domino.
Para isso, tive que abrir mão do meu emprego, da companhia física dos meus amigos, da minha família, da minha namorada.
Estou fazendo isso aos poucos. Despedindo-me de um e de outro e tentando – com todo meu jeito rude e pouco emotivo – deixar claro que todos vão comigo nessa nova empreitada. Vão na minha vida, na minha memória. Vão, e ficam aqui esperando meu retorno. Que pode ser breve, ou não.
As despedidas já começaram, eu limpei meu armário, as roupas se amontoam sobre a minha cama esperando a hora de entrar na mala e a maior parte da grande burocracia que esse tipo de decisão envolve, já está providenciada.
Minha mãe faz chantagens emocionais com o olhar, meus amigos mais próximos já lamentam a minha ausência, mas todos me dão a maior força. E é com essa força que eu to indo embora.
Aproveito pra informar aos meus poucos, mas assíduos visitantes, que pretendo transformar este espaço numa espécie de diário de bordo. Acho o jeito mais fácil de manter todos informados, sem precisar repetir as histórias dez vezes. Vou colocar aqui as minhas impressões, experiências, curiosidades. Por aqui, descrevo minhas saudades, saúdo meus queridos e ainda posso publicar algumas fotos.
No mais, quero agradecer aos votos de boa viagem, aos presentes que recebi, à compreensão dos que foram diretamente afetados pela minha partida. Para esses, peço também desculpas. Essa decisão foi egoísta, eu sei, mas se não a tomasse agora, ia viver frustrado e eu sei que vocês não gostariam que eu vivesse assim.
Agradeço principalmente ao Guga, meu amigo do peito, que topou essa empreitada comigo. Estou certo de que a sua presença vai facilitar bastante as coisas! Obrigado, amigo.

Obrigado Amigos!

8 comentários:

Unknown disse...

de nada!
estamos juntos amigo...

Sílvia Mendes disse...

Vou dizer: se for egoísmo, não é mais que o egoísmo inerente ao ser humano. No fundo tudo que a gente faz é pensando na gente, mesmo. Quem não toparia um empreendimento desse seria por medo da mudança, por medo do afastamento, por medo. Não por benevolência aos amigos e familiares.
Eu sou uma que quando puder ir não vou demorar no tchau! Sumo e ninguém vê nem o rastro! hahaha
Espero que você se divirta muito!

Anônimo disse...

se tu não for em amsterdã tu apanha...

Sílvia Mendes disse...

Tu já leu On the road (pé na estrada, na tradução) do Jack Kerouac? Geração beat. Acho que faria sentido para você agora. Além de ser um ótemo livro ^^

Sílvia Mendes disse...

A relação do escritor com Neal foi determinante para despertar em Jack sua vontade reprimida de botar o pé na estrada e desfrutar de uma liberdade ainda não experimentada. Os dois viajaram por sete anos percorrendo a rota 66, que cruza os EUA na direção leste-oeste, com descidas freqüentes ao México. Saíram de Nova York e cruzaram o país em direção a São Francisco. Dessa jornada saiu o livro “On the Road”, cujo protagonista é Dean Moriarty, o nome criado por Jack para representar o amigo Neal.

*By Wikipedia.

Anônimo disse...

Se tem chantagem emocional no olhar, é involuntário!
Mas que dá um friozinho aqui na mamy, isso dá. Claro! É muito amor!
Quem é mãe, sabe.
Ao mesmo tempo, ninguém torce mais do que eu pra que tudo dê certo, e pra essa empreitada ser muito valiosa pra sua vida, pra sua carreira, pra sua felicidade.
Vou ler este blog todos os dias. POde ter certeza disso!
Beijão

Helena disse...

voltar pra casa e não te ver vai ser uma merda.
já to morrendo de saudade.

Maria Olandina (Mary) disse...

a internet vai aliviar bastante a tua ausência física. Claro que não é a mesma coisa e é inegável que vai ser muito doído pra nós também.
Mas pensemos positivo: vamos ter um lugarzinho na "zoropa" pra ficar :D