terça-feira, 13 de maio de 2008

Gases do efeito estufa


Com as recentes notícias de terremotos, furacões, tornados e afins, lembrei de uma matéria que fiz pra disciplina de jornalismo científico. Aí vai..

Você certamente já deve ter ouvido falar em efeito estufa e todo o mal causado por ele, que é responsável pelo aquecimento do globo e que, futuramente, pode vir a acabar com a vida na Terra. Porém, saiba que o efeito estufa é um fenômeno natural que acontece desde a formação da Terra e que nada tem de vilão. Pelo contrário, sem ele, a temperatura do planeta seria em torno de 33°C mais baixa, tornando, dessa maneira, a vida impossível.
O que tem feito a má fama do efeito estufa é o aumento excessivo na emissão dos gases que o auxiliam na absorção da radiação e impedem que o calor saia da atmosfera, promovendo, aí sim, o superaquecimento global. Esse aumento se deve a fatores diversos como o crescimento da frota mundial de automóveis, o desflorestamento do mundo e, pasmem, ao pum dos ruminantes.
Pois é, se você já passou por aqueles pastos longos e verdes, onde centenas de vacas pastavam tranqüilas, e pensou o quão inofensivos eram aqueles bichinhos, saiba que, segundo relatório da Organização da ONU para alimentação e Agricultura – FAO (Food and Agriculture Organization), o gás metano (CH4) emitido por eles por meio de puns, arrotos e esterco, somado ao desmatamento para a criação de pastagem e a energia utilizada na pecuária, representa 18% de aumento do efeito estufa.
O gás produzido naturalmente pela fermentação do capim durante o processo de digestão dos animais, depois de expelido involuntariamente, atua no aceleramento do efeito estufa com um poder de absorção de radiação 23 vezes maior que o gás carbônico (CO2), tido como o grande responsável pelo aquecimento global.
Além disso, parte da culpa pela ocorrência de chuvas ácidas também é destinada aos ruminantes, uma vez que, ainda segundo relatório da FAO, eles são responsáveis por 64% da emissão de amônia (NH3), ácido de cheiro forte encontrado na urina.
Levando em conta a grande quantidade de carne vermelha consumida diariamente no mundo e o crescimento anual dos rebanhos, alguns cientistas já se movimentaram para desenvolverem fórmulas de redução da emissão desses gases. É o caso de um grupo de cientistas alemães da universidade de Hohenheim, que desenvolveram uma pílula que elimina o arroto bovino. Segundo Winfried Drochner, professor de nutrição animal que encabeça o projeto, o remédio faz com que o metano, antes expelido, ajude na produção de glicose durante a digestão, aumentando, assim, a produção de leite.
Nos últimos 50 anos, a concentração de metano na atmosfera aumentou seis vezes e segundo o levantamento do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no ano de 2004 o rebanho bovino do Brasil era de mais de 200 milhões de cabeças, mantendo o país como maior produtor do mundo. Dessa forma, o Brasil pode vir a ser apontado como grande responsável pelo superaquecimento global, por conta dos puns das vacas. Seria cômico, se não fosse trágico...

2 comentários:

Aline Wernke disse...

O jeito é não comer mais carne!

Aline Wernke disse...

O jeito é não comer mais carne!