“Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!...”
“Não, não creio em mim. Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?...”
“Vivi, estudei, amei e até cri, E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu...”
Depois de um longo e tenebroso inverno, estou aqui de novo, no meu bom e velho blogger, pra comunicar a quem interessar possa que EU TO EM CASA! Ufa.
Foram 80 dias de viagem que eu poderia chamar de período sabático, se eu fosse um executivo rico, ou experience travel, se eu fosse um playboy. Foram 80 dias muito produtivos, mesmo sem eu ter produzido nada. Dias de muito, mas muito aprendizado. Aprendizado cultural e pessoal. É, sério, meu âmago precisou ir pra Itália pra resolver conversar direito comigo. Ele é mais metido que eu! É impressionante. Durante esse tempo em que fiquei fora da minha rotina, da minha casa..eu consegui enxergar a vida de cima. Como se eu fosse o diretor de uma peça em que eu sou o ator principal. Filosófico demais? Parece, mas é prático! Prático até o momento em que eu percebi que a peça estava rolando sem o ator principal. A partir daí ficou desesperador. Me deu uma sensação de perda de tempo...Uma grande bobagem, já que o ator tava vivendo um ato que o meu pouco vocabulário me faz definir como ANIMAL...hahaha
É realmente incrivel poder andar por entre as ruas do berço da civilização ocidental, é emocionante poder visitar lugares que antes eu só sabia que existiam do outro lado do oceano. É engrandecedor conhecer pessoas novas e trocar experiências de vida (mesmo quando se tem pouca, como no meu caso). Ressalto aqui a história de um afegão refugiado de guerra que estudava na mesma escola onde eu fiz duas ou tres lições de italiano. Ele cursava universidade no Afeganistão até o dia em que uma bomba explodiu dentro da sala de aula e mais de 20 dos seus colegas de turma foram mortos. Dá até vergonha de confessar que muitas vezes durante os dias em que passei fora, eu reclamei de não ter conseguido emprego!
Enfim, estou de volta! Voltei pra perto dos meus com a certeza de que cada minuto desses dias valeu a pena e com uma saudade do tamanho de um bonde! Aproveito que esse post já tem uma tendência ao brega pra dizer o quanto foi importante ter o meu grande amigo Guga sempre por perto, mesmo quando eu resolvi viajar sozinho. Com a companhia de um amigo, as coisas ganham outras cores. Espero que ele me desculpe por tê-lo abandonado sozinho, só nós sabemos o quanto esse chumbo é grosso. Além disso, não tenho palavras pra descrever o quanto foi fundamental receber o carinho e a atenção da minha família, dos meus amigos, da minha namorada...Eu descobri que eu só sou um viajante solitário feliz porque tenho essa base. Muito Obrigado! (incluo nesses parênteses um agradecimento especial a Annezoca que levou bronca da chefe pra me receber no aeroporto. Não tem viagem melhor que um abraço amigo!)
E como não poderia faltar, vou registrar aqui que essa viagem (do jeito que foi) não seria possível se não fossem as famílias Zonta e Ramb, que me acolheram e me cuidaram durante a minha estada na Itália. Grazie Mile! Io ho nostalgia di tutti voi!
Agora a idéia é recomeçar. Aos poucos as coisas vão voltando pro lugar. Já cortei meu cabelo, já fiz a barba e já comecei o processo de perda dos 5 quilos que ganhei. Como vocês podem perceber, a parte difícil já foi feita. Depois dessas ações complicadas só falta eu arrumar um emprego. Eu sempre deixo o mais fácil pro final! Se alguém precisar de mim, eis-me aqui! ;)
Antes que ninguém consiga ler até o final e sem mais para o momento, subscrevo-me!
PS. aceito sugestões e companhias para uma próxima aventura que não deve demorar muito pra começar...afinal de contas, um homem precisa viajar...
Depois de uma viagem de 11 horas com direito a troca de trem de madrugada, estou de volta a Verona.
No caminho: NEVE, muita neve....olhem o video que eu fiz enquanto ficamos parados uma hora em algum lugar que eu nao sei qual é, porque tinha uma peça do trem congelada!
PS. Em Verona nao nevou ainda, mas a temperatura ja chegou a -4°C. Agora que eu estou 5 quilos mais gordo, a ceroula aperta! MERDA!
Nao posso me despedir de Napoli sem antes registrar a caracterisca napolitana que me chamou mais a atençao: o idioma napolitano. Porque se dizem que a italia tem 52 dialetos diferentes, eu digo que tem 51 dialetos e um idioma particular falado so em Napoli....
Aqui vai uma pequena amostra escrita da diferença pro italiano classico. Aproveito o momento pra colocar aqui essa bela e conhecida cançao napolitana.
E se vc acha que eu estou exagerando, que a diferença é pouca e aquela coisarada toda. Venha a Napoli e tente se comunicar! Eu te desejo Boa Sorte!
Texto Original, em Napolitano
Aieressera, oi' ne', me ne sagliette, tu saie addo'? Addo' 'stu core 'ngrato cchiu' dispietto farme nun po'! Addo' lo fuoco coce, ma si fuie te lassa sta! E nun te corre appriesso, nun te struie, 'ncielo a guarda'!... Jammo 'ncoppa, jammo ja', funiculi', funicula'! Ne'... jammo da la terra a la montagna! no passo nc'e'! Se vede Francia, Proceta e la Spagna... Io veco a tte! Tirato co la fune, ditto 'nfatto, 'ncielo se va.. Se va comm' 'a lu viento a l'intrasatto, gue', saglie sa'! Jammo 'ncoppa, jammo ja', funiculi', funicula'! Se n' 'e' sagliuta, oi' ne', se n' 'e' sagliuta la capa già! E' gghiuta, po' e' turnata, po' e' venuta... sta sempe cca'! La capa vota, vota, attuorno, attuorno, attuorno a tte! Sto core canta sempe nu taluorno Sposammo, oi' ne'! Jammo 'ncoppa, jammo ja', funiculi', funicula'!
Texto em italiano classico
Ieri sera, Annina, me ne salii, tu sai dove? Dove questo cuore ingrato non può farmi più dispetto Dove il fuoco scotta, ma se fuggi ti lascia stare! E non ti rincorre, non ti stanca, a guardare in cielo!... Andiamo su, andiamo andiamo, funiculi', funicula'! Andiamo dalla terra alla montagna! non c'è un passo! Si vede Francia, Procida e la Spagna... Io vedo te! Tirati con la fune, detto e fatto, in cielo si va.. Si va come il vento all'improvviso, sali sali! Andiamo su, andiamo andiamo, funiculi', funicula'! Se n'e' salita, Annina, se n'e' salita la testa già! E' andata, poi è tornata, poi è venuta... sta sempre qua! La testa gira, gira, intorno, intorno, intorno a te! Questo cuore canta sempre un giorno Sposami, Annina! Andiamo su, andiamo andiamo, funiculi', funicula'!
Ontem tive a oportunidade de conhecer uma taberna napoletana. Queria poder ter todos meus amigos e familiares comigo, mas como nao posso, trouxe um pouco da taberna pro Blogger. Foi uma noite muito divertida! O lugar é todo decorado com varais de roupas penduradas, reproduzido a ideia que o mundo tem da paisagem urbana de Napoli – que nao è errada – e conta com uma equipe de garçons e garçonetes trajados tipicamente. Na noite de ontem o evento era uma cena (jantar) com show!
No Menu: (todos os pratos descritos sao fartos e vem prontos pra sua frente em porçoes individuais que poderiam ser comidas por dois brasileiros – entendeu? - e tudo sempre acompanhado de um bom vinho nacional) Entrada: Anti pasto (um prato com salame, presunto, muçarela fresca, pao e tomatinhos) Salada: alface picado temperado com ervas e azeite. Primeiro prato: Zuppulellas (uma especie de bolinho frito, mas sem recheio. Tipo bolinho de chuva, mas salgado), croquete de batata com queijo e alguns legumes fritos. Segundo prato: Sopa de feijao, que jah vem servida fartamente e traz no prato inumeros pedaços de pao boiando. Terceiro prato: Carne de porco com batatas Sobremesa: Uma fatia de bolo ingles banhado com licor de laranja e coberto de chantily e um sfogliatelle (doce tipico napolitano com massa folheada e recheio de creme) Depois um limoncello (licor de limao pra digerir - isso è otimo. Depois de comer que nem cavalos, um licor pra digerir) E finalmente um café! Cansou?
No Show: Um cantor e uma drag queen. Os dois juntos mesclando cançoes classicas napolitanas com um show de humor que eu consegui entender do começo ao fim! ANIMAL….sobre o show eu falo pouco e trago as imagens…
Saudade de todos! PS: guga ainda espera sinal de vida do MC. Mas tudo indica que ele vai precisar continuar procurando emprego!
"Até aqui, em 40 meses de governo, o presidente Lula já cometeu 102 viagens ao mundo. Ou mais de duas por mês, tal como semana sim, semana não. Sem contar, ora pois, as até aqui, 283 viagens pelo Brasil. Hoje, dia 15 de setembro, ele completa 382 dias fora do país desde a posse. E pelo Brasil, no mesmo período, 602 dias fora de Brasília. Total da itinerância presidencial, caso único no mundo e na História: Exatos 984 dias fora do Palácio, em exatos 1.201 dias de presidência."
Joelmir Beting
Eu precisava mesmo tomar uma decisao na minha vida!
EU VOU SER PRESIDENTE DO BRASIL...
PS. Em breve dou o endereço do site contendo as minha propostas de diminuiçao dos preços das tarifas aereas e souvenirs em geral...Mas se quiser, ja pode ir votando em mim!
Porque eu fiquei devendo um pos a Capri, Ana Capri e Grotta Azzurra. Mas como ainda me falta inspiraçao vou apela pra maxima de que a imagem fala mais...
No domingo, dia 09/11, fomos, finalmente, fazer a tao esperada visita ao temido vulçao Vesuvio.
Ganhamos um belo dia de presente e antes de partir pra aventura o objetivo da expediçao ja podia ser visto da varanda:
(aquilo em cima do vulCao eh nuvem. Soh pra esclarecer)
Partimos cedo e depois de cerca de meia hora de carro entramos no parque nacional do Vesuvio. O parque se resumi no vesuvio e no mar de lava solidificado que ele expeliu ao longo dos milhares de anos em que estah em atividade. Enquando subiamos com o carro eu so pensava o quanto aquele passeio matinal poderia ser mortal se o vesuvio resolvesse dar um show pros visitantes brasileiros.
Acredito que nao deve ser assim, de repente ele acorda e mata todo mundo. Deve ter uma galera estudando as movimentaçoes do vulcao pra evitar que tenham turistas olhando pra boca dele quando ele resolver dar uma cuspida. Mas eu nao consegui evitar o pensamento!
Enfim, 1000 metros acima no nivel do mar, estacionamos o carro e começamos a melhor parte: a subida a pé!
Sao mais 300 metros altura que devem ser percorridos por uma estradinha formada por sedimentos do vulcao. Apesar de nao ser muito ingrime o caminho fica dificil por ser escorregadio. Pra ajudar, uma bengalinha em troca de qualquer centavo que voce queira dar pro velhinho que as molda manualmente no inicio da caminhada.
E pra distrair e justificar as paradas pro descanso, o vesuvio oferece uma bela vista do golfo e da cidade de Napoli, Sorrento, da Ilha de Capri...
Depois de percorridos os 1300 metros chegamos na cratera de um dos poucos vulcoes ainda em atividade do mundo. Confesso que nao eh muito impressionante. Eh apenas um buraco na rocha. Acho que eu tinha aquela imagem de desenho animado e esperava ver lavas vermelhas borbulhando no fundo do poço. Ok, eu tinha essa esperança. Mas mesmo sem ser impressionante, é muito interessante. La de cima a gente pode ter total noçao do estrago que um vulcao pode fazer quando resolve dar o ar da graça, e como o vesuvio entrou em erupcao pela ultima vez em 1944 podemos observar as modificaçoes na geografia e os sedimentos "recentes" de rocha solidificada.
Ah, uma coisa legal: Meu guia de mochileiro dizia assim: NAO ESPERE VER FUMAçA LAH, ESSE NAO EH O VULCAO DA MAGA PATALOGICA.
Desculpem-me os menos afortunados, mas o vesuvio estava soltando muuuita fumaça pra mim. hahaha.
Na foto: do lado direito, olhando pro pc, a cratera e a fumaça!
Bem, agora voce deve estar se pergunando onde fica a despedida apos o vesuvio. Explico: o guga recebeu uma ligaçao chamando-o para uma entrevista no MC Donalds de Verona. Logo, ontem, segunda-feira a noite, eu perdi meu companheiro de viagem pro Ronald. (eu tmb enviei curriculum, mas soh chamaram o guga...ou eu sou muito feio, ou é o acaso brincando com a gente..)
Isso, agora estou sozinho em Napoli. Ninguem mais fala portugues. Jesus, que que eu to fazendo aqui? hahaha
A despedida nao foi facil, a gente fica a flor da pele quando se ve longe de tudo e de todos, mas ficamos felizes com essa possibilidade de trabalho pro guga. Assim que tiver a confirmaçao do trabalho, aviso por aqui. Por enquanto é soh uma entrevista. Torçam por ele!
E eu sigo aqui. Agora sou um viajante solitario e o proximo destino deste que vos fala serah a Costa Amalfitana. Quem sabe amanha....
fiquei um tempo sem dar noticias porque os ultimos dias foram corridos e recheados de novas emoçoes. Explico:
Estamos em Napoli, do sul da Italia. Sim, saimos de Verona (norte) no sabado passado depois de um pequeno surto deste que vos fala. Explico novamente: Eu tenho parentes em Napoli, parentes que eu nao conhecia, mas que resolvi conhecer. Na sexta-feira eu perguntei pro guga o que ele achava de vir pra ca, na mesma sexta nos fizemos contato com a minha familia e no sabado a noite estavamos do outro lado da italia. (No caminho passamos uma bela manha andando por Bologna, uma bela cidade que merece um post exclusivo. Assim que eu puder, faço)
Pois bem, estamos a Napoli a quase uma semana e eu jah me arrependi de nao ter vindo antes. Estamos em casa! Minha familia eh muito grande e muito acolhedora. Sao primo e tios de segundo, terceiro, quarto grau que se multiplicam como gremilins (nao sei escrever gremilins). Enfim, como a familia eh muito grandes, eles estam brincando de revezamento de guia turistico. Enquanto isso eu e o guga aprendemos italiano na marra e conhecemos uma das mais belas regioes da italia. Resumo: Ja fomos a ilha de Capri e Ana Capri onde fica a grota azzurra. Um espetaculo! Jah fomos a Gaeta, uma cidade portuaria perto daqui. Jah demos um giro noturno nos principais pontos de Napoli, da onde se ve todo o golfo ateh Sorento! E muito mais nos aguarda. Pompeia, Herculano, Vesuvio, toda a costa Amalfitana... Cada dia tem sido um sonho realizado. Eu estou mais feliz que pinto no lixo! Alias, vale dizer que Napoli eh tao bonita quanto suja, e Napoli eh belissima. Como se nao bastasse tudo isso, os ultimos dias tem sido uma experiencia culinaria continua. A gente nao para de comer nunca. MANJAAA Férnando, MANJAA CHE TE FA BENE. Eh a frase mais pronunciada pelas tias. E quando eu recuso, ouço protestos. Logo, estou visivelmente mais gordo!
Enfim, o proximo post sera soh de fotos. Espero que amanha eu consisa fazer isso!
Pois eh, como a mamae disse, contuamos aqui na vidinha mais ou menos...
Fillipi, a situaçao do emprego continua a mesma. Essa semana fizemos cadastro em mais duas cooperativas. Agora jah temos mais de 10 cadastros. Alem disso, fazemos contatos quase que diariamente com pessoas que trabalham por aqui...ateh agora nada!
Voh, eu lembrei muito do Seu Waldo lah na feira, ele ia ficar mais alucinado do que eu! Ah, sonhei que vcs dois estavam comigo em Paris. hahaha. SONHO!
Aproveito pra fazer uma correçao: Galileu dava aula de fisica em Padova em 1592, e nao em 1509 como eu tinha escrito. Ele soh nasceu em 1564...ia ficar um pouco dificil ele dar aula antes disso!
Nao to com muito saco pra escrever, mas nao posso deixar de comentar algumas coisas. Serei breve:
A Basilica de Santo Antonio é a igreja mais bonita (por dentro) que eu vi até agora e a galera passando a mao no tumulo do Santo Antonio (que esta dentro de igreja) é emocionante. Com fé nao se brinca!
Nem com fé, nem com comércio. A quantidade de grana que rola por conta do tal Santo. Eh de fazer qualquer cristao (ou nao) parar pra refletir....OK, eu nao resisti e comprei um santinho! hahaha
A Universidade de Padova é de 1222, logo, a segunda mais antiga da Italia, perdendo apenas pra Bologna. Eh muito louco pensar que Galileu Galilei dava aula de Fisica ali em 1509, quando Brasil ainda era um monte de indio correndo pelado.
No mais, tiramos foto na porta da casa do Galileu e nao pudemos visitar a universidade porque era domingo e estava fechada.
Nos restou passar algumas horas passeando na maior praça da Europa, onde estava montada uma puta feira de quinquilharias...quem me conhece pode imaginar como eu fiquei...pra quem nao me conhece, eu conto: ALUCINADO...hahahaha
fotos:
01 - Quinquilharias
02 - Guga na praça, com a feira ao fundo
03 - A Basilica de Santo Antonio comigo no detalhe, haha
Hoje faz exatamente um mes que pisei no solo Italiano e acho que isso merece um post.
Nao soh merece um post, como merece comemoraçao. Por isso, eu e o guga resolvemos pegar uma balada em Verona. Começamos o processo com uma brasileira que faz faculdade aqui. Ela eh cliente do Tio Lauro na sapataria e ele nos apresentou.
Ficamos sabendo que na rua de traz da que moramos tem um bar chamado Campus. Como o nome sugere, é um bar universitario. Ele foi o escolhido para a noitada!
Chegamos la perto das 11 horas e fomos recebidos por pouco menos de 100 jovens amontoados na porta do bar. Todos divididos em pequenos grupos, batendo um papo cabeça...Tudo seria exatamente como uma balada brasileira se nao fosse por um motivo. Nao havia nenhum indicio de bebida alcoolica. NENHUM. Ninguem portava uma pequena lata de cerveja e nem havia nenhuma pelo chao. NADA. Aquela cena poderia ser reproduzida na porta de um velorio movimentado sem mudar uma virgula. Ok, como eu sou brasileiro e queria uma cerveja, entramos no Campus. O bar estava lotado. Dai pra frente, nao tenho muitas novidades. Universitarios bebendo litros de cerveja de varios cantos do mundo. (Ambiguidade legal, tanto os universitarios quanto as cervejas eram de todos os cantos do mundo). Sentamos, pedimos uma cerveja belga chamada Hoegaarden, recebemos nossos copos de meio litro e ficamos lah vendo o movimento. Ah, a cerveja eh quente. Sim, todas sao quentes...jah vem no cardapio. Temperatura media de 4 graus. Irck. Mas a gente se acostuma. As musicas sao as mesmas que tocam no Brasil. Tunts Tuns, PoP e blah blah. Minha unica surpresa: um pout pouri de musica brasileira....A galera foi a loucuraaa....
Morooooo, num pais tropical....OoOoO, Meu amigo Charlie...OoOo...Voce abusouuu, tirou partido de mim, abusou.....
Depois desse momento, foi facil achar um monte de brasileiro doido perdido pelo bar...Mas nao consguimos conversar muito porque a hora passou rapido e as 2 da manha a festa acaba. Eh Lei!
Opaaa... os ultimos dias foram corridos, por isso nao postei. Vamos lah!
Quinta-feira fomos a escola e fizemos teste de suficiencia de italiano para sabermos em que nivel poderiamos entrar. O guga tirou de letra e eu coloquei em pratica a minha tecnica da "embrometion". Resultado: o guga entrou no maior nivel e eu tambem. HAHAHAHA...
O curso propriamente dito jah começava na sexta. Fomos a primeira aula cheio de expectativas e fomos recebidos por uma turma de afegaos burros, duas russas feias e uns sulamericanos perdidos. Ok, nem tudo tem que ser rosas. Mas bem que podia ter um jovem brasileiro legal pra gente fazer amigos....Essa eh a parte ruim...
A parte boa eh que temos 4 horas seguidas de aula com 2 professores diferentes. Um homem, Renato, e uma mulher, Paula. Os dois sao otimos. Super atenciosos e talz. No final das contas, como a tua eh meio perdida, a gente acaba se destacando (o guga mais do que eu, logicamente. Eu me reservo o direito de ficar na minha...hahah)
Enfim, o curso se resume em 4 horas semanais (toda sexta das 5 as 9 da noite) de pura gramatica....eh beeem pesado, mas eu vou conseguir acompanhar! E a duraçao total eh de um ano letivo. O que significa que acabara em Junho/2009.
Acho que a novidade eh essa...
no mais...temos planos pra uma ida a Veneza amanha. Se der certo, segunda eu jah coloco algumas fotos aqui..
Hoje eu venho com grandes noticias. Vou começar do começo.
Quinta-feira a noite, eu e o guga estavamos comentando sobre o inicio da Oktober fest em Blumenau. Lamentando que nao poderiamos ir e talz, quando a Tia Erica nos falou o seguinte: "meninos, vcs nao querem ir na oktober aqui em Munique, sai onibus de excursao todos os dias..." Imaginem as caras das duas crianças. Ficamos empolgadissimos e no tempo de um telefonema (tinha um anuncio no jornal) estavamos incluidos numa ida a Oktober fest de Munique, na Alemanha por £150.00. (onibus de ida e volta e uma diaria num hotel 3 estrelas)
A sexta-feira passou rapido e foi cheia de planos e preparativos. Fizemos as mochilas, compramos uns paes pros sanduiches que serviriam pra alimentaçao dos turistas economicos e depois de tudo pronto fomos deitar (sem dormir) com a certeza de um finde ANIMAL.
Sabado acordamos cedo e as 8 da manha jah estavamos na estrada e ja começavamos a sentir as primeiras emoçoes. Durante varios quilometros fomos ladeados por parreirais imensos que se perdiam em meio as vilas. Acompanhando essa paisagem, seguimos rumo a Trento, Bolzano e finalmente chegamos a fronteira com a Austria.
Um novo pais, nova arquitetura, nova paisagem. NEVE.
Primeiro no topo das montanhas e depois cada vez mais baixa ateh chegar na estada. Vejam:
Nesse ponto da viagem, começamos a nos sentir completamente perdidos. As placas nos mostravam um conglomerado de letras sem nenhum sentido. A gente nao sabia que essa sensaçao ia ser nossa companheira durante todo finde.
Chegamos a Munique, ou Munchen (alemao), ou Monaco di Baviera (Italiano) por volta das 3 da tarde, nos ajeitamos no nosso grande e confortavel quarto de hotel (com direito a esquilo no quintal) e nos juntamos ao grupo para irmos juntos ateh a tao esperada Oktober.
E foi soh aih que ficamos sabendo que nenhum dos italianos do nosso grupo (formado soh por italianos de mais de 30 anos e eu e o guga) sabia pra onde ir. Exato.
Chegamos todos na estaçao de metro e ninguem sabia nem como comprar um bilhete. Foi uma farra. Demos aquelas risadas misturadas com o pensamento de "puta merda, que que eu to fazendo aqui com esse monte de doido", ateh que umas arranhadas num ingles com uma atendente nos deu um rumo.
Enfim, estavamos na Oktober:
So tenho uma palavra pra descreve-la: LOCURA. hahaha.
Uma multidao reunida num local gigantesco que mistura parque de diversoes, praças de alimentaçao e muitos, muitos pavilhoes de muitas marcas de cerveja.
Ficamos bastante perdidos (de novo). Soh sabiamos que a festa era cheia de regras e que a gente queria um chopp. Pra consegui-lo: mais de uma hora rodando e tentando comunicaçao. Foi o chopp mais dificil da minha vida, mas valeu cada esforço.
Conseguimos lugar na parte de fora (dentro nao cabia mais ninguem) do pavilhao da HB (dito como mais animado da festa) e lah ficamos junto com gente de toda parte do mundo tomando nosso monstruosos chopps de 1 litro ateh a hora de levantar e voltar pro hotel.
No domingo, acordamos cedo e fomos ver a cidade. LINDA. Vou parar de escrever. Vejam as fotos:
Nao ia mais postar ateh o inicio do curso, quando teria novidades pra contar. Mas depois do ultimo post, me sinto na obrigaçao de dar o ar da graça por aqui de novo.
Entao, vim dizer que esta tudo otimo. Hoje eu e o guga acordamos animados e fomos a tres agencias de emprego. Nao conseguimos nada de concreto, mas estamos tentando.
A frase de desanimo do ultimo post deve ter alguma explicaçao que eu nao sei dar. As vezes ele bate e ponto. Nao sei da onde vem. Pode ser que seja da saudade desse monte de gente que eu tanto gosto, pode ser que seja pela falta de atividades rotineiras por aqui. Nao sei.
Enfim, ele bateu, mas jah passou. E as vezes que ele bateu essa foi a primeira coisa que me veio a cabeça. "Sera que eu to fazendo a coisa certa?" Mas sim, logo depois a resposta me parece clara. Ou entao eu me consolo com a certeza de que nao eh errado dar umas bandas pela Europa. hahaha. Me sinti ateh meio mal de deixar meus amigos e familiares preocupados, afinal, estou aqui por que quero, vou ficar ainda bastante tempo e nao tem porque fazer drama. Nao eh?
Mas assim, quando bater o desanimo novamente, eu posso fazer um draminha de nada? hahahha Assim vcs jah ficam sabendo que eh soh pra desabafar com as pessoas que eu sei que posso confiar!
Bem, enquanto o tempo aqui passa, eu fico com a certeza de que tenho amigos. E essa eh melhor do que a certeza de estar ou nao fazendo a coisa certa.
Valeu.
PS. Mary, poupe bastante porque meus planos sao caros. hahaha Sergio, eu acho que to descobrindo um novo eu. Profundo, neh? Mae, relaxa, tah tudo certo!
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Eu soh espero estar fazendo a coisa certa....
PS. Beijo especial pra Mary, que estah sendo esperada prum Eurotur!
Oi povo! Hoje me deu uma puta vontade de voltar pro Brasil. Mas jah passou. Hahaha.
Vamos aos fatos novos: Sabado fomos jantar na casa do tal ricaço que eu tinha comentado. Foi otimo. Nos divertimos muito. O cara eh uma figuraça, e ao mesmo tempo, de uma finesse francesa. Ficamos de papo ateh duas da manha e tomamos varias garrafas de vino spumante italiano. DILIçA! Ouvimos muita musica brasileira e tivemos que cantar duas vezes o hino nacional de cabo a rabo. A italianada ADORA. hahaha Ah, o ap do cara me deixou alucinado. Eh tudo que eu queria pra minha vida. Na foto da pra ter uma noçao, mas nao aparecem os outros ambientes. Eh LINDO. Enfim, quem sabe um dia eu viro um milionario europeu e compro um ap num palacete verones. Pois bem, depois da noitada de sabado, nossa programaçao pro domingo foi por agua abaixo. Iamos a Veneza, mas soh acordamos meio dia. Quem sabe domingo que vem.... No mais, seguimos por aqui, com saudade dos que seguem por aih!
Foto 1 - Jantar na casa do Giovanni. (Mae, o Tio Lauro eh o primeiro, de colete, com o copo levantado e a tia Erica eh a de gola branca, do lado da italianona de preto.) - (Naiza, tu ia querer casar comigo se eu tivesse um ap desses. hahahaah)
Foto 2 - Um gato italiano de presente pra Silvia. Agora ela pode imprimir, mandar enquadrar e passar os dias admirando o bichano.
E hoje faz 7 dias que deixamos as mamas chorando no aeroporto e partimos pra essa doideira de Europa e coisetal. As coisas continuam caminhando lentas, bem no ritmo de vida do povo daqui. Mas o importante eh que estao caminhando. Hoje recebemos a tao esperada visita da polizia municipale. Um guardinha com cara de gente boa chegou pela manha, nos acordou, verificou nossos documentos, vistoriou o apartamento e disse que estava tudo certo! Agora jah somos cidadaos italianos com tudo nos conformes. Em breve teremos a bendita carteira de identidade digital que vai nos permitir viajar pela Europa sem o passaporte. Como fazemos pelo Mercosul, com a identidade brasileira.
Alem disso, hoje recebemos o telefonema da escola onde estamos matriculados, avisando que o inicio do curso foi transferido para dia 09/10. Estamos ansiosos!
Bem, como nos liberamos da polizia logo pela manha, tiramos a tarde para uma caminhada pela cidade. Eh uma boa maneira de adquirir vocabulario e de comerçarmos a nos localizar pelas ruelas daqui. Fizemos uma caminhada de mais de 2 horas. Fomos visitar um o Castelo de San Pietro, que fica no alto de mais de 300 degraus. De lah, tivemos uma vista panoramica da cidade. LINDA!
Amanha vamos a um jantar na casa de um ricaço italiano, amigo dos tios - (calma, ainda nao começamos a nos prostituir..hahaha). Conhecemos o cara hoje, ele eh muito gente boa e disse que vai comprar 51 para fazermos caipirinhas. Acho que vou sair de lah parlando molto. hahaha
Bem, chega por hoje....seguem algumas fotos do passeio de hoje!
Baccio a tutti!
Inicio da escadaria ao Castelo de San Pietro
Io sono a verona, porra! hahaha
Guga e as azeitonas. Tem oliveira por toda parte!
PS. Silvia, eis dois exemplares da beleza Italobrasiliana. Supergatos assim, nao tem igual por aqui!
SOh pra nao perder o costume de postar. Passada Rapida pra dar noticias. Ainsa nao recebemos a visita da policia para fixarmos a residencia, entao soh nos resta passar o dia em casa vendo a TV italiana que eh muuuito ruim. hahaha. Ah, a novidade eh que estamos matriculados em um curso de italiano para estrangeiros. As aulas começam dia 06/10 e a expectativa eh grande. Alem de aprender a lingua, vamos conhecer pessoas!
Acabamos de chegar de uma maratona para regularizarmos a nossa situaçao aqui na velha bota.
Fomos a prefeitura fixar nossa residencia, a receita federal nos cadastrar e agora ainda falta a carteira de identidade e de saude. Mas vamos por partes.
Vim avisar que nos proximos dias eu nao vou poder aparecer por aqui. Teremos que ficar trancados em casa esperando a visita da policia. Eles precisam se certificar que estamos mesmo morando onde declaramos. Eh, aqui o buraco eh mais embaixo. As pessoas sao monitoradas MESMO.
Tenho um monte de coisa legal pra contar, mas aos poucos eu vou organizando as minhas ideais pra poder postar com calma. Por enquanto, continua tudo otimo, eu continuo com saudade..
Finalmente consegui um computador pra poder contar um pouco das novidades. Ainda estou um pouco confuso. Eh muita informaçao pra minha cabeça subdesenvolvida. hahaha (O teclado nao tem til nem acento, to apanhando dele, por isso nao vou me preocupar com a grafia)
Enfim, chegamos no sabado a tarde em Verona depois de uma longa e cansativa viagem. Andar de aviao jah foi uma experiencia interessante. Mas passar 12 horas dentro de um nao eh muito legal. Os assentos sao desconfortaveis e, apesar do serviço de bordo ser de primeiro mundo, eu nao via a hora de colocar meus pezinhos no chao. O desconforto soh desapareceu na hora em que sobrevoamos os Alpes Suiços. Ninguém devia morrer sem ter essa visao. As nuvens se misturando com a neve sobre as montanhas e aquelas vilazinhas minusculas incrustadas ao longo dos morros.
Ok. depois que chegamos em Verona e nos alojamos na suite presidencial dos Zonta, fomos dar uma volta pela cidade. Ah, antes deixa eu contar que estamos morando numa parte antiga da cidade. As ruas sao bem estreitas e seguem ladeadas por aqueles predios antigos, com pequenas sacadas da onde surgem flores e varais. Todo o bairro eh tombado como patrimonio da humanidade. As calçadas sao de marmore e as placas das ruas também. E, pasmem, ninguém rouba. hahaha. Estamos dentro de um filme italiano. Eh surreal. A historia brota de casa canto pra onde olhamos. Jah fiz algumas fotos, mas esqueci o cabo da maquina em casa. Prometo que a proxima postagem sera ilustrada. Eu ia falar sobre a caminhada pela cidade. Pois bem, fizemos algumas voltas de reconhecimento. Nossa casa fica a poucos metros da Arena, maior ponto turistico de Verona, junto com o balcao da Julieta, que tambem eh beem perto. A cidade eh toda cortada pelo rio Adige, por isso, eh cheia de lindas pontes. Hoje jah fomos ateh a Comune para fixarmos residencia, mas estava fechada, vamos voltar amanha. Depois disso, jah teremos nossas carteiras de identidade italianas. Poderemos deixar o passorte em casa. Quanto ao tao esperando emprego. Jah fomos avisados que eh bem dificil. A italia anda falida. Mas como ainda nem começamos a tentar, estamos longe de desistir. Outro problema eh a lingua. Eu nao entendo porra nenhuma do que esses carcamanos falam, mas jah estamos nos movimentando para nos matricularmos no tal curso oferecido pela Comune. Ele existe e eh de graça. Assim que tiver uma definiçao, eu posto aqui. Nao vou me alongar. Depois eu posto com mais calma e coloco algumas fotos. Por enquanto, saibam que estah tudo bem e que jah tenho saudade!
Estou passando por um momento de transição. Isso tem me deixado um pouco confuso. Eu resolvi mudar algumas coisas na minha vida e agora estou percebendo o quanto isso dá trabalho. Algumas pessoas dizem que não estou mudando algumas coisas, mas que eu resolvi mudar a vida toda de uma vez. Dizem isso com um espanto que me assusta! Percebo o quanto somos apegados a nossa forma de levar a vida, o quanto dependemos das mesmas companhias, do mesmo ar. Pois é, eu resolvi sair um pouco do convencional e apostei na idéia de que largar tudo em busca de novas experiências será engrandecedor. Vou trocar de país, vou viver um tempo indeterminado do outro lado do oceano. Vou para um lugar que não conheço, morar com pessoas que nunca vi e que falam uma língua que eu não domino. Para isso, tive que abrir mão do meu emprego, da companhia física dos meus amigos, da minha família, da minha namorada. Estou fazendo isso aos poucos. Despedindo-me de um e de outro e tentando – com todo meu jeito rude e pouco emotivo – deixar claro que todos vão comigo nessa nova empreitada. Vão na minha vida, na minha memória. Vão, e ficam aqui esperando meu retorno. Que pode ser breve, ou não. As despedidas já começaram, eu limpei meu armário, as roupas se amontoam sobre a minha cama esperando a hora de entrar na mala e a maior parte da grande burocracia que esse tipo de decisão envolve, já está providenciada. Minha mãe faz chantagens emocionais com o olhar, meus amigos mais próximos já lamentam a minha ausência, mas todos me dão a maior força. E é com essa força que eu to indo embora. Aproveito pra informar aos meus poucos, mas assíduos visitantes, que pretendo transformar este espaço numa espécie de diário de bordo. Acho o jeito mais fácil de manter todos informados, sem precisar repetir as histórias dez vezes. Vou colocar aqui as minhas impressões, experiências, curiosidades. Por aqui, descrevo minhas saudades, saúdo meus queridos e ainda posso publicar algumas fotos. No mais, quero agradecer aos votos de boa viagem, aos presentes que recebi, à compreensão dos que foram diretamente afetados pela minha partida. Para esses, peço também desculpas. Essa decisão foi egoísta, eu sei, mas se não a tomasse agora, ia viver frustrado e eu sei que vocês não gostariam que eu vivesse assim. Agradeço principalmente ao Guga, meu amigo do peito, que topou essa empreitada comigo. Estou certo de que a sua presença vai facilitar bastante as coisas! Obrigado, amigo.
É como um poema. Uma construção simples e livre. É fruto de inspiração. Nosso caso é assim, independe da métrica, das regras. Somos nós, como somos, e só! Estamos longe da perfeição dos sonetos, a quilômetros do mundo real. Vivemos versos soltos, despreocupados com o conjunto da obra. Gostamos da pureza das palavras e de todo o resto. Curtimos a fragilidade de cada momento. Participamos. Escrevemos juntos cada linha do texto de amor, que acaba no ponto final.
__________________________________________________________ "Que não seja imortal posto que é chama. Mas que seja infinito, enquanto dure"
Namorada diz: oi gato Namorado diz: falaaaaaaaaaaaaaaaa tchutchuca, tamo nessas carne? Namorada diz: e pensar que eu fui falar contigo pra dizer que te amo, mas diante de tanto romantismo, nem sei mais o que dizer... Namorado diz: diz que tá com saudade. Aí o "te amo" fica implícito Namorada diz: tô com saudades
Desde pequena o mimo lhe estragou. Suas vontades eram atendidas prontamente por seus pais e por todos que a cercavam. Quando não o faziam por amor, o faziam porque eram pagos para isso. E, mesmo quando criança, ela sabia disso.
Uma princesa. Cabelos lisos e naturalmente loiros emolduravam o rosto de expressões firmes e, ao mesmo tempo, delicadas. Os olhos verdes ao alto de um belo corpo e a educação de primeira, compunham o retrato da perfeição. Disso, ela também sabia.
Seu pai, empresário de renome numa pequena cidade do interior, tirou a sorte grande ao investir em um dos ramos mais lucrativos do litoral. A fortuna que já existia aumentou muito, em muito pouco tempo . Ela acompanhou todo o processo de perto.
Para a faculdade, pouca importância. Para o futuro, seguir os passos do pai. Para os negócios, nenhum tato, mas uma presença marcante e um sobrenome forte, mesmo sem o império que o sustentava.
Aos 20 anos, ela já exercia um cargo de alto escalão na empresa do pai. À frente dos negócios, ela comandava uma equipe de mais de 50 profissionais. Todos tratados aos gritos. Agora, mais do que nunca, suas vontades tinham de ser atendidas prontamente. O poder, conscientemente, estava em suas mãos.
Na vida pessoal, não tinha mais de dois ou três amigos, que, segundo ela, deviam ter algum interesse. No amor, seu gênio forte anulou qualquer possibilidade de um relacionamento estável. Ela vivia só, até encontrar um homem que desagravada seus pais. Com esse, casou-se.
Com o passar dos anos, algumas medidas foram necessárias para que sua luz não fosse ofuscada. Lipoaspirações, cirurgias plásticas e veto para qualquer mulher bonita que se candidatasse a um emprego na, agora, sua empresa, foram as primeiras a serem tomadas.
Brilhando, ela não fala com os irmãos e, depois de casada, cada briga com o marido causa um dia de tensão entre seus subordinados. Em suas festas de aniversário, uma meia dúzia de três ou quatro pessoas com interesses explícitos e em seu lindo rosto, um mau humor que a enfeia. Mas em tudo isso, o que importa mesmo é que os negócios vão de vento em popa e que a segunda lua de mel do casamento que, segundo as más línguas, não vai durar muito tempo, será em Paris.
Amava-o como jamais poderia amar nenhum outro homem. Sentia naqueles braços a proteção que toda mulher frágil precisava. Fragilidade era-lhe uma característica bem definida. Pensava nele a todo instante, a ponto de não conseguir imaginar sua vida sem que a dele estivesse ali, à distância de um olhar de canto. Desde que o conheceu, naquele domingo à noite em que tomava um martini sozinha, sentada à beira do balcão molhado do bar que freqüentava nas noites de insônia, teve certeza de que com ele seria diferente. Idealizou a família perfeita, com um casal de filhos bonitos e inteligentes, um casamento invejado por todos, estabilidade financeira e vida social ativa. E tudo sempre foi assim, exatamente como o esperado. Ele era um homem bom. Dedicado ao lar, pai presente, profissional respeitado. Sempre a apoiou em tudo. Acompanhava-a às compras sem reclamar a demora e tinha com as crianças uma atenção, às vezes, exagerada. Sua vida era perfeita! O amor transbordáva-lhe no coração e a felicidade era estado constante. Vivia Uma prosa bem escrita, de capítulos costurados com sentimentos e satisfações que, normalmente, levam o leitor ao pensamento de que só na ficção há tamanho prazer em viver. Ao amanhecer, após uma longa noite de amor – no sexo, como na vida, se acertavam com maestria – pensou que tudo aquilo lhe cansava. O amor lhe cansava. A partir daí, as noites de insônia voltaram, porém, sem interferir na relação milimetricamente acertada entre o casal e todo o resto. Não podia se ver longe daquela vida que construíra ao custo de suor e sorte. Não podia se imaginar longe do seu amor eterno – que, agora, cansava-a. Uma insônia, mais um Martini, o mesmo balcão molhado. Foi a primeira vez que o viu. Não chegava aos pés da beleza, do porte, da aura de homem ideal que vira no amor de sua vida, anos atrás. Pelo contrário, quem lhe olhasse direito, percebia rapidamente que dele, não se podia esperar muito. Ele chegou ao seu lado, sentou-se e recitou ao seu ouvido uma pequena poesia. Era o que ela precisava para descansar.
Estou passando por um momento de dificuldade. Hoje eu limpei meu armário. Isso significa mais do que tirar pó. Significa eliminar sete anos de memórias. Exatamente. Eu tinha, entulhados no meu armário, papéis que guardavam cada dia dos últimos sete anos. Por que eu resolvi jogar tudo fora? Não sei. Acho que tem a ver com o momento que eu estou passando. É, eu também pedi demissão e terminei minha graduação em Jornalismo. Deve ter sido isso. Era a hora. Se não fizesse isso hoje, nunca mais faria. Bem, fiz. SACO! Minhas apostilas de “ordenha sanitária” e “topografia aplicada”. (Fiz um segundo grau técnico em agropecuária e tinha tudo guardado). As minhas provas de cunicultura – guardei uma que tem uma receita de pão de queijo, que o Sérgio me passou, anotada atrás, de irrigação e drenagem, de nutrição animal. Não, eu não lembro mais nada disso. Não seria um bom técnico em agropecuária. Acho que foi por isso que parti pra comunicação social. Mas isso não importa... Aliás, meus textos de teoria da comunicação, meus paper’s, minhas matérias, programas de rádio inteiros... É a minha história. E agora está tudo queimado. E o pior de tudo: EU QUEIMEI. Não posso colocar a culpa em ninguém. MERDA. Eu sentei logo depois do almoço, com aquela pilha monstruosa de papel e comecei a ler, um por um. Cada um me trazia uma lembrança que já estava apagada da minha memória. Lembranças boas, de um passado recente e saudoso. Mas mesmo assim, queimei tudo. Agora, é esperar o tempo passar, e a memória reavivada hoje vai apagar tudo de novo. Espero que ela apague o “hoje” também.
Ontem eu discuti com a minha mãe sobre a tal lei seca que está pautando grande parte do país nos últimos dias. Arrisco dizer até, que essa é uma ótima discussão prum boteco, mas vamos aos fatos.
Durante a discussão, eu convenci a minha mãe de que lei é lei e que deve ser cumprida. Disse pra ela que um assopro no bafômetro só parece constrangedor porque não é costume nosso. Daqui a pouco será corriqueiro e não parecerá mais um abuso de poder policial. Afinal, nos EUA, as pessoas não podem nem mostrar as embalagens de bebidas alcóolicas nas ruas para não influenciarem o uso de álcool, e ninguém morre por ter que tampar a latinha. Disse também, que do mesmo modo que a polícia exige a documentação do carro em dia, tem que exigir que a lei seca seja cumprida, e que a única forma de controle é o tal bafômetro. Contei pra ela que grande parte dos meus amigos (não me incluí para não mudar o rumo da discussão) costumava dirigir depois de ter bebido bastante e que essa lei já estava sendo válida só por mudar esse tipo de atitude.
Ok, ela encerrou o caso me dando vitória e eu saí satisfeito. Cheio de razão.
Hoje, logo que cheguei do trabalho, fui recebido pela dona Haydée, minha mãe, com um tratado sobre a inconstitucionalidade da lei seca. Tive que colocar o rabo entre as pernas e concordar com ela. O troço é abusivo mesmo.
Segundo a mamãe, se eu estiver dirindo meu veículo certinho, sem causar nenhum dano a ninguém, por que cargas d'água um policial pode exigir que eu faça um teste de bafômetro? Ele prevê que eu posso cometer um crime? Ele vai me prender por alguma coisa que eu poderia ter feito? Isso não existe.
Eu ainda argumentei. Disse que se eu assoprar o bafômetro e o resutado for acima do índice determinado eu já estou comentendo um crime. Uma vez que, agora, há a tal lei seca. Mas aí tive que ler isso:
"Pergunto agora: Pode a polícia parar o veículo e submeter toda e qualquer pessoa ao exame do bafômetro? A resposta é não e por vários motivos. Primeiro, porque para abordar qualquer cidadão é preciso lei que autorize ou dado objetivo que permita. O direito de locomover-se livremente é assegurado constitucionalmente (Art. 5º, XV, CF). Segundo, porque ainda que o motorista tenha ingerido álcool, isso não basta, pois deve se poder constatar um fato objetivo que gere perigo concreto, real decorrente de sua influência. Terceiro, porque ninguém está obrigado a produzir provas contra si mesmo. Se em algum caso, puder se constatar a influência do álcool por elementos exteriorizados objetivamente, então, nesse caso, a prisão há de ser feita com base em testemunhas e não mera suspeita infundada do policial ou por ordem direta de seus superiores que criaram uma suspeita em abstrato e geral."
Quem fala isso é o Rizzatto Nunes. O cara é mestre e doutor em Filosofia do Direito e livre-docente em Direito do Consumidor pela PUC/SP. É desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Autor de diversos livros, lançou recentemente o "Bê-a-bá do Consumidor" (Editora Método). E é colega de blog. Aliás, você encontra o texto usado na argumentação da minha mãe aqui: http://rizzattonunes.blogspot.com/.
Pois bem, o tal Rizzatto me quebrou as pernas. Ele explica, se você não tiver saco pra ler o textão, que para se caracterizar crime, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, é preciso estar sob influência do álcool, e que para haver essa influência é preciso exteriorização de um fato. Algo que vá além de ter álcool no sangue.
Além disso, há uma pergunta importante pra ser feita:
Por que nós - honestos, trabalhadores - temos que ser punidos desse jeito, enquanto vivemos num país em que há um governo paralelo comandado por uma bandidagem que mata mais que guerra?
Isso sem falar na porta aberta pros policiais corruptos aplicarem o bafômetro a torto e a direito para tirar uma proprinazinha aqui, outra ali.
Você conhece esse carinha simpático desenhado aqui?
Pois é, eu tmb não conhecia, mas uma curiosidade me fez descobrir.
Ele é um Rei Viking, Dinamarquês, chamado Harald Bluetooth Blaatand.
Tá, e daí?
E daí que ele unificou a Dinamarca e a Noruega lá nos anos de 950, e é em homenagem a ele que o celular que vc carrega no bolso dispõe de um serviço chamado bluetooth.
Já que a tecnologia unificou a informática às telecomunicações.
O lance é olhar, sabe. Só de olhar mesmo. Funciona assim: eu bato o olho e pimba. A partir daí eu só mudo de opinião de me provarem documentalmente - em três vias originais e com reconhecimento de firma por autenticidade - que a figura é gente boa. É, pode ser um defeito meu – eu tenho muitos – mas é assim que acontece. Não sei, o rosto diz tudo. A forma com que a pessoa se dirige a você, o jeito que te olha. Safado tem cara de safado. Acreditem, eu reconheço um de longe. Ok, vou deixar de exageros. Mas essa é uma mania minha. Em uma primeira olhada eu lasco um adjetivo certeiro no cidadão. Eu penso logo: esse tem cara de gente boa, ou não. Até aí, tudo bem, acho que muita gente deve fazer isso, mas eu vou um pouco além. Por exemplo, eu não voto num cara que – pra mim – tem cara de safado. “Fernando, olha só, o cara tem um puta plano de governo, vai derrubar a corja que ta mamando nos cofres públicos há anos”. Gente, não é tão simples. Como eu posso confiar meu voto num ótimo político, com cara de safado...Nããããooo, pra mim é difícil....
Se você está pensando num motivo pra esse post, pode parar de pensar. Não tem motivo, não tem objetivo, não tem sentido. É que ultimamente eu tenho visto tanto safado na minha frente e as eleições estão tão próximas e aquela coisarada toda. Ponto!
Eu fui uma criança gorda e ainda estou pensando no adulto que eu quero ser. Enquanto penso, me distraio trabalhando, estudando e brincando na internet. Sim, brincando. Não esperem que eu transforme este espaço num conjunto de elementos cibernéticos traduzidos num internetês doido. Eu ignoro a arte dos layouts e templates. Eu não sei o que são Tags e Widgets, e eu me dou o direito de não querer saber. Não vejo sentido nessa complexidade. Aliás, não vejo sentido em muita coisa...